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Publicada: 25/08/2023

Cotriel presente no Dia de Campo da CCGL

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Fonte: Luiz Pena Pinheiro/ Jornal Diário Serrano de Cruz Alta

Toda a tecnologia e pesquisa gerada em torno da pecuária leiteira no campo experimental da CCGL, foi transmitida durante o Dia de Campo realizado nesta quinta-feira, dia 24 de agosto, para um contingente de mais de 850 produtores, vindos de diferentes regiões do Estado.

O evento estava ameaçado de ser adiado em razão das chuvas anunciadas pela meteorologia. Mas como amanheceu sem ocorrência de precipitações, a coordenação resolveu manter o Dia de Campo e toda a sua programação, no entorno do tambo experimental, localizado junto ao parque industrial da CCGL, na ERS-342 (rodovia Cruz Alta-Ijuí).

O presidente da CCGL Caio Viana comemorou com entusiasmo, a grande presença do público que percorreu e demonstrou interesse em adquirir os conhecimentos transmitidos em cada uma das sete estações tecnológicas – que foram instaladas este ano.

Caio Viana entende que o Dia de Campo da CCGL tem a finalidade de repassar tecnologias e informações, como nenhum outro evento em todo o RS no segmento de produção leiteira, como forma de estimular e fortalecer os produtores para eles trabalharem com mais segurança e se manterem na atividade. Essa transferência de conhecimentos não acontece, segundo o presidente Caio Viana, apenas neste Dia da Campo que foi programado – e realizado com muito sucesso.

“Durante os outros 365 dias do ano, os departamentos técnicos das 32 cooperativas que fazem parte do sistema da CCGL, estarão em nível de campo, dentro das propriedades rurais, repassando essas tecnologias e indicando o manejo mais assertivo, para que eles tenham ganhos em escala e de produtividade, para alcançar maior rentabilidade na produção”, afirmou o presidente.

O Dia de Campo da CCGL voltou ao calendário dos grandes eventos de difusão tecnológica de produção leiteira depois do adiamento de dois anos da pandemia – com em 2020 e 2021, sem considerar que ano passado, mesmo diante de várias restrições, limitou a sua realização para algo em torno de 400 produtores.

Ontem, em sua 13ª edição, foi uma retomada que contou, segundo a Gerente de Suprimentos de Leita Silvana Trindade, com a representação significativa de excursões de todo o Estado, entre produtores, estudantes das escolas técnicas, acadêmicos das Ciências Agrícolas, integrantes dos departamentos técnicos das cooperativas e instituições parceiras da CCGL.

Os temas escolhidos para serem trabalhados este ano nas estações tecnológicas foram: Bem-Estar e Conforto Animal, com relatos de técnicos e produtores sobre a prática de resfriamento corporal; o programa Mais Sólidos, com foco na produção de gordura e proteína; a criação da plataforma Smartcoop, uma plataforma digital, para uma completa interação entre os produtores, a pesquisa e a central CCGL.

Muitas experiências e resultados da pesquisa aplicada, também estiveram presentes nas estações sobre Reprodução Animal, tratando de questões como as taxas de reposição do plantel, monitoramento, diagnóstico e indicadores; mais Alternativas para Conservação de Forrageiras de Inverno, como suplementação alimentar; e, por fim, a cultura do milho, em dois painéis técnicos, um sobre cultivo e manejo de produção, e outro de combate às doenças e pragas comuns da lavoura.

BEM-ESTAR ANIMAL TRAZ GANHOS DE ESCALA E RENDA 

A forma como os animais são tratados em nível de propriedade faze parte das condições que vez por outra são questionadas pela sociedade. Nesse caso oferecer cuidados e um manejo adequado – segundo a estação tecnológica de Bem-Estar e Conforto Animal, tem um significado ainda maior – pode trazer maior ganho em escala, ou seja, de maior quantidade de leite produzida por animal no inverno e verão e, consequentemente, maior rentabilidade.

Nesta estação, o diretor técnico da Cowcooling – o médico veterinário Adriano Seddon, de São Paulo, foi um dos painelistas que apresentou um sistema de resfriamento, baseado na aspersão de água e vento em vários ciclos sequenciais entre 45 minutos e 1 horas, antes de iniciar a ordenha.

A técnica foi desenvolvida pela indústria de lácteos de Israel, um país com grandes limitações climáticas e ambientais, mas a produção de leite por vaca é a mais alta do mundo – 12 mil litros/animal/ano. O plantel israelense no ano de 2021 era de 120 mil vacas.

Este sistema de resfriamento baseado na tecnologia israelense, vem sendo adotado pelo produtor Edemar Follmann, de Boa Vista do Buricá, que atualmente possui um plantel de 430 animais – dos quais 207 estão em produção, numa propriedade de 21 hectares. Follmann disse que depois de ter investido em torno de R$ 160 mil, no corredor de alimentação e sala de espera, houve um aumento de 12 litros no verão e 4 litros no inverno, em média, por animal, por ano.

O produtor Edemar Follmann garante que em apenas três meses e meio de produção, já teve aumento da produção e rentabilidade suficiente para pagar todo o investimento. “Os produtores estão perdendo em não possuir um sistema de resfriamento de suas vacas” afirma Follmann.

Sua crença nesta simples tecnologia, que retira o estresse do animal, especialmente nas adversidades climáticas do verão, está lhe permitindo sonhar com a possibilidade de alcançar 500 vacas com média de 40 litros – o suficiente para encher uma carreta de 20 mil litros por dia.

Foto: Mateus Porto/ CCGL/ Luiz Pena Pinheiro/ Diário Serrano