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Publicada: 20/01/2012

Seguro agrícola é motivo de alívio no RS

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Com mais de cinco décadas de experiência, o produtor Erni Worst, 70 anos, fez o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) em 50 dos 120 hectares de soja. No restante, optou pelo seguro particular na propriedade em Victor Graeff, no norte do Estado. A quebra de 20% reforça a preferência por precaução.
- O seguro me deixa tranquilo, pois o custo está salvo e não ficarei com dívidas - destaca Worst.
Com apenas parte da produção segurada, o agricultor Jorge Alcir Penz, 40 anos, vive uma safra de contrastes em Passo Fundo, também no norte do Rio Grande do Sul. Ele amarga 70% de perda em 24 hectares de lavoura com o Proagro e 40% nos 26 hectares sem seguro. Prestes a acionar o mecanismo pela primeira vez, reclama que o sistema não cobre todo o custo de produção.
- Eu perco menos, mas não vou recuperar tudo que investi, pois o seguro não considera a despesa com maquinário e mão de obra - afirma Penz.
Nos últimos anos, o produtor de Passo Fundo Idalino Dal Bello, 63 anos, decidiu arriscar e plantar sem seguro. Do otimismo inicial, porém, restou a decepção com o fracasso nos 40 hectares de milho. Por isso, já estuda a melhor forma de proteger a propriedade no próximo ciclo.
- Achei que a previsão de seca falharia como no ano passado. Foi um descuido, mas na próxima pensarei melhor antes de plantar sem seguro - conta Dal Bello.
O consultor Carlos Cogo explica que muitos agricultores não aderem ao seguro devido à burocracia, menor lucro futuro em caso de safra normal e, ainda, porque os programas governamentais não repõem o total investido. Mesmo assim, defende o mecanismo como garantia de estabilidade e tomada de crédito futuro.
- Se é ruim com seguro, pior sem. O ideal mesmo é investir em infraestrutura na propriedade para amenizar os efeitos da seca - afirma.
Para Cogo, a adesão seria maior se o governo oferecesse uma modalidade que garantisse o custeio da produção e que o produtor recebesse boa parte da renda esperada para o ciclo

Como funciona:

PROAGRO
- Quem pode acessar: agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Produtores que não se enquadram no Pronaf têm acesso, mas com alíquota maior do que 2%.
- Cobertura: até 100% do valor financiado. Na modalidade Proagro Mais, também garante até R$ 3,5 mil da receita líquida esperada.
- Custo: 2% do total financiado pago na assinatura do contrato.
- Critério mínimo para indenização: perda de 30% na cultura.
- Valor da indenização: proporcional à perda (mediante vistoria técnica).

SEGURO PRIVADO
- Quem pode acessar: qualquer agricultor.
- Cobertura: até 100% do valor financiado.
- Custo: varia conforme a seguradora.
- Critério para indenização: proporcional à perda registrada.
- Valor da indenização: o preço é estipulado na contratação do seguro. Da taxa total, normalmente é descontado 50% de subsídio mediante a liberação de recursos pelo Ministério da Agricultura. Sem franquia, preserva renda mínima para o produtor em caso de problemas.

Fonte: Zero Hora.