Publicada: 22/08/2016
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Fonte: Setor de Comunicação Cotriel
Na noite de quarta-feira, 10, na Sala de Reuniões, o Departamento Técnico da Sede e Unidades da Cooperativa realizou sua reunião mensal. Um dos assuntos abordados na ocasião foi a respeito da semente de soja. O especialista na área, Dr. Paulo Dejalma Zimer da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL palestrou a cerca do assunto “A semente e a semeadura à serviço da produtividade”.
Para Zimer, a qualidade do grão depende de uma produção com bastante conhecimento, engajamento, saber fazer, decidir fazer, tecnologia, ambiente e um robusto programa de qualidade. “Estes cinco pontos não são fáceis de conseguir, e por esta razão a qualidade tanto das sementes salvas pelo produtor quanto algumas variedades plantadas no Rio Grande do Sul acabam ficando abaixo da média. É normal que ela se degrade e perca o padrão por se tratar de um ser vivo e de um produto perecível. Precisamos evitar esta deterioração pois só desta forma esta irá germinar e se estabelecer, produzindo uma planta de alto desempenho capaz de utilizar na lavoura os insumos colocados e os recursos naturais como sol, água e ar para produzir grãos e gerar uma produtividade elevada por hectare”, disse.
O professor Dejalma considerou ainda que tanto a semente salva quanto a recém-adquirida devem merecer atenção dos produtores, que tem a obrigação de aplicar insumos de qualidade para obter a produção esperada. Mas ele ressalva que é preciso estar atento aos padrões tanto das sementes salvas de anos anteriores, quanto as adquiridas durante a safra: “Analisando de forma técnica tanto a semente guardada quanto a comercial, digo que os aspectos fundamentais que nosso produtor deve levar em conta são: quantidade de sementes que conseguiram formar plantas, ou seja, germinação, e, mais importante do que isso, quantas destas plantas que nasceram conseguem ter alto desempenho fisiológico, produzindo um grande número de vagens e de grãos, com raízes sadias e bem agressivas no solo. Além disso, a semente precisa ter qualidade física com boa forma e tamanho para facilitar o funcionamento da plantadeira, que desta forma irá distribuir uniformemente as plantas, melhorando o seu desempenho”,
No que diz respeito à qualidade sanitária das sementes, Zimer afirma que esta precisa estar adequada, sem doenças que possam vir a causar a morte prematura das plantas ou disseminem na lavoura outras enfermidades que mais tarde façam que o produtor precise aumentar a dose de fungicidas necessários para controlar as doenças e eleve o seu custo de produção.
Quanto ao vigor de sementes, o professor Dejalma encerra lembrando que este só irá se manter forem realizados procedimentos para evitar a sua deterioração. “Existem distintos níveis de vigor e o que precisamos fazer é evitar ao máximo essa degradação. O que conserva a semente e retarda a sua perda de vigor são temperaturas amenas de armazenamento, baixa umidade na semente e colhendo-a o mais rápido possível quando ela está madura, com umidade mínima de 15 e o máximo de 17%. Alguns produtores podem pensar eu não faço nada e ainda sim tenho uma semente boa. Reitero que isso tem a ver com os diferentes níveis de qualidade que a semente tem e a cultivar boa precisa ser colhida com boa umidade, pois quanto mais seca esta semente ficar na lavoura mais ela se deteriora, porque a chuva, orvalho ou altas temperaturas estragam a semente, aumentando a quantidade de fungos de armazenamento, culminando inevitavelmente com a perda de qualidade. Por isso, a gente acha que este trabalho deve ser profissional, porque só assim a cultivar terá qualidade para gerar produtividade. Tenho certeza que a soja pode entregar muito mais que 60 sacos de média, desde que o agricultor decida desafiar a genética. É possível sim chegar aos 100 sacos por hectare. Basta fazer coisas simples e se propor a produzir mais”, finalizou.
Ouça aqui a entrevista completa do professor Dejalma.