Publicada: 13/07/2016
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Fonte: Ascom FEE
A Fundação de Economia e Estatística lançou nesta terça-feira (12) a Carta de Conjuntura FEE de julho, cujo destaque da capa é a análise dos economistas Vanclei Zanin e Rodrigo Feix sobre A elevação do preço do milho e seus impactos. No Estado do Mato Grosso, maior produtor nacional, a saca de 60 quilos do cereal chegou a ser negociada pelo preço médio de R$ 37 reais em maio de 2016, alta de 148% em relação ao mesmo período de 2015.
Correlacionando fatores como a desvalorização cambial, quantidade do milho produzido, rentabilidade por hectare e articulações com a indústria de carnes brasileira, os economistas acreditam que, com a entrada da segunda safra de milho no mercado, já em curso, a pressão de elevação nos preços domésticos deve diminuir. Contudo, os pesquisadores acham difícil que haja um retrocesso aos patamares de 2015.
Nesse contexto, é comum o questionamento sobre quem ganha e quem perde com a alta nos preços do milho no Brasil. Para Rodrigo Feix e Vanclei Zanin, “Por um lado, o preço elevado do milho beneficia os produtores, se bem que nem todos, porque uma parcela expressiva da produção de grãos é comercializada antecipadamente. Por outro, o cereal serve de insumo para diversas cadeias agroindustriais, principalmente as de carnes de aves e de suínos, que têm sua competitividade impactada negativamente”, ponderam. “A capacidade da indústria de carnes de repassar para o consumidor final brasileiro os aumentos dos custos nos insumos é limitada, especialmente na atual conjuntura econômica nacional. No setor externo, a desvalorização cambial contribuiu para o crescimento dos volumes embarcados de carnes, mas a alta nos preços recebidos em reais parece ter sido inferior ao aumento dos custos de produção. Isso sinaliza que as margens de comercialização continuam desfavoráveis, seja no mercado doméstico, seja no exterior”, avaliam os economistas.