Publicada: 22/02/2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Em breve, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná vão contar com uma alternativa para a cobertura de solo: o milheto. A planta é uma solução barata para manter a área em bom estado durante a rotação de culturas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trabalha para desenvolver sementes compatíveis com o clima do Sul do país.
Apesar de o nome e a aparência lembrarem o milho, a planta não serve para a alimentação humana. A principal função é manter as boas condições do solo no intervalo entre as colheitas. Ele é uma espécie de cobertor para as lavouras, protegendo dos efeitos climáticos, como as altas temperaturas e o excesso de chuvas. Além disso, se adapta bem a qualquer tipo de solo e também serve como ração animal.
O produtor rural Helio Dal Bello não cansa de enumerar os ganhos. Produtor de milho, feijão e soja, ele cultiva 400 hectares de milheto por ano.
- O primeiro ponto é a erosão. Onde tem milheto não vai haver erosão. Segundo ponto, eu mantenho as condições ideais de temperatura do solo. Normalmente, não custa nem R$ 1 o quilo, com custo entre R$ 30 e R$ 50 com a aplicação. Isso é barato. É uma maravilha, porque ele reduz a quantidade de nematóides que tem no solo - explica Dal Bello.
O nematóide é uma doença que fura a raiz e cria uma lesão, permitindo a entrada de fungos.
- A gente dá ênfase para fazer rotação com as leguminosas soja e feijão. Por se tratar de uma gramínea, então ela quebra os ciclos das doenças que vêm nas lavouras de leguminosa - diz o analista Rogério Teixeira Novaes, da Embrapa Transferência Tecnológica.
- Eu até acho que é um salvador da pátria, ele é muito bom. Recomendo, uso, é muito bom - completa Helio Dal Bello.
A semente BRS1501 pode ser adquirida por menos de R$ 1 o quilo em algumas unidades da Embrapa.
Fonte: CANAL RURAL.