Publicada: 21/02/2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O governo federal trabalha com uma meta de inflação, medida pelo Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para os anos de 2013 a 2015, com variação de dois pontos percentuais para baixo ou para cima. Dessa forma, o indicador pode variar entre 2,5% e 6,5% sem que isso signifique um descumprimento oficial da meta.
— Com as informações de que dispomos, não é realista acreditar em convergência à meta de 4,5% em 2013 – disse, nesta quinta-feira, durante uma entrevista coletiva, após a apresentação, pelo BC, do Boletim Regional trimestral.
Segundo ele, o BC vai atualizar as projeções em março, no Relatório Trimestral de Inflação, com a trajetória para a inflação até o início de 2015. Hamilton adiantou, no entanto, que existe uma resistência inflacionária neste primeiro semestre, com tendência de recuo no segundo, mas ressaltou que "não é realista (inflação de) 4,5% para 2013".
— Em termos de inflação, o ano está dividido em dois, com recuo no segundo semestre — disse.
Ao ser questionado sobre se haverá aumento de juros, o diretor do BC disse que não se pronunciaria sobre política monetária. Hamilton lembrou que o BC dispõe de instrumentos de comunicação e que se deve aguardar a reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom). A próxima reunião está marcado para os dias 5 e 6 de março.
Quebra de safra
Mais cedo, Hamilton avaliou que o choque de preços decorrente da quebra de safra no Nordeste e no Sul pressionou a inflação em 2012. Em 2013, no entanto, a inflação tem sido mais pressionada por itens não comercializáveis, segundo o diretor do BC. A quebra de safra em 2012, diz ele, afetou o preço do arroz, feijão e da farinha, itens que não entram nas projeções de commodities feitas pelos economistas. Hamilton ressaltou no entanto que em que pese a seca no Sul e Sudeste, a safra cresceu 1,2% em nível nacional e, para este ano, o crescimento esperado é de 13,1% na safra de grãos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).