Publicada: 23/08/2016
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Ao contrário dos últimos dois meses, as exportações gaúchas tiveram retração de 5,1% no mês de julho, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Ao todo, em valores, foram exportados 1,734 bilhões de dólares, o que representou uma retração de 92,1 milhões de dólares na comparação com o mesmo mês em 2015. Em volume, a retração foi de 4,4% e os preços médios dos produtos encolheram 0,7%.
A soja em grão, principal item da categoria de produtos básicos, teve uma contribuição decisiva para o resultado e evitou que a queda das receitas do RS não fosse maior. O crescimento de 11,9% do preço do grão no mês, mesmo com um recuo de 1,5% no volume embarcado, contribuiu para o crescimento de 65,9 milhões de dólares (+10,2%) das suas receitas, atingindo o maior valor exportado para o mês. Na prática, a soja representou 41,1% de tudo o que foi vendido pelo Rio Grande do Sul em julho.
Segundo o pesquisador do Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais da FEE, Tomás Torezani, o ponto positivo é que a intensa retração dos preços, que teve início em 2014, começa a apresentar sinais de desaceleração. “Ainda assim, foi a menor receita em dólar para um mês de julho desde 2010”, explica o economista.
Apesar das retrações nos dados, o Rio Grande do Sul ganhou participação nas exportações nacionais, passando de 9,9% (2015) para 10,6% (2016). Torezani explica que isso deve-se porque outros estados tiveram retrações maiores no mesmo período.
Os produtos manufaturados foram os responsáveis pela redução no valor exportado pelo Estado. A retração foi de 20,5% em valor e 7% a menos de volume. Os produtos básicos e semimanufaturados tiveram crescimento, respectivamente, de 36,1 milhões de dólares e de 9,2 milhões de dólares das vendas.
O destaque dos produtos básicos foi a elevação de 7,8% dos seus preços de exportação em relação a julho de 2015. Desconsiderando o crescimento do mês passado (de 0,8%), o último aumento verificado nos preços tinha sido em agosto de 2014, de 2,3%.