Publicada: 08/07/2016
sexta-feira, 8 de julho de 2016
Fonte: Agrolink
“Cerca de 40% dos alimentos existentes no mundo hoje não existiriam se não houvesse agroquímicos para protegê-los do ataque de organismos causadores de doenças em plantas (fitopatógenos)”. A avaliação é de Adriano Defini Andricopulo, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).
Participando da 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, na Bahia), o acadêmico sustentou que “a química, sem dúvida, deve dar a maior contribuição para solucionar os desafios globais no século 21”. Ele apontou a segurança alimentar com sustentabilidade como uma dessas metas, uma vez que a população mundial deverá saltar dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões até 2050.
De acordo com dados apresentados pelo pesquisador, em 1960 um hectare de terra alimentava duas pessoas, enquanto dentro de 34 anos essa mesma quantidade de terra terá de prover comida para mais de seis pessoas. Segundo Andricopulo, hoje já não se consegue alimentar todas as pessoas existentes no mundo.
O especialista aponta a saída: “Será preciso desenvolver novos produtos para proteger as culturas agrícolas contra pragas e doenças. Nesse sentido, a síntese química terá um papel fundamental”. Ele destaca que, para vencer a resistência que as plantas vêm criando aos produtos atuais, os químicos têm buscado cada vez mais inspiração em compostos naturais para desenvolver novos princípios ativos para pesticidas e herbicidas.
Muitas plantas produzem misturas complexas de substâncias químicas que afetam o comportamento de insetos, influenciando onde vão se alimentar ou procriar, afirmou o pesquisador. “Essa informação pode ser usada para desenvolver métodos práticos para o controle de pragas”, disse.