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Publicada: 29/04/2014

Perspectivas para o agronegócio em 2014

terça-feira, 29 de abril de 2014

O mercado internacional de commodities agrícolas aponta, com poucas exceções, valores médios inferiores aos praticados em 2013. A recuperação dos estoques de milho e soja, após as quebras ocorridas nos Estados Unidos em safras anteriores, fez com que os mercados ajustassem os preços a patamares mais baixos.

Outras commodities importantes, como algodão, açúcar e café, continuam bem ofertadas e a possibilidade de elevação de preços nos mercados internacionais é pequena. Na contramão, vemos apenas a laranja, cuja baixa produtividade nos pomares brasileiros e americanos – os principais produtores mundiais – tem feito com que os preços se recuperem.

O etanol também apresenta uma tendência de preços um pouco mais favorável; a oferta restrita pelos baixos investimentos em aumento de capacidade de produção e os reajustes ocorridos nos preços da gasolina em 2013, apesar de não resolver a situação crítica em que se encontra o setor, traz algum alívio aos produtores.

O clima sempre é um fator de surpresas para a agricultura e pode trazer mudanças importantes nas perspectivas do mercado. No final de 2013 já vimos o efeito da seca ocorrida em dezembro na Argentina e que já traz preocupação em relação à safra do Brasil. Apesar da condição das lavouras ainda não ter sido afetada, este tipo de situação será um elemento adicional de estresse aos mercados.

No começo de 2014, há também possibilidades de mudanças importantes nas políticas de China e EUA, que podem afetar os preços das commodities. A agência de política energética americana (EPA) avalia a possibilidade de alterações nos mandatos dos diversos tipos de biocombustíveis, o que pode trazer consequências para o consumo de milho e para as exportações de etanol do Brasil. Por enquanto, não existe nada concreto e as modificações propostas não devem ser radicais, porém a simples possibilidade de modificação já é preocupante, pois a política de biocombustíveis sempre foi mantida mesmo nas condições adversas de oferta observadas nas safras anteriores.

Na China, estuda-se uma mudança na política de apoio do governo ao setor agrícola. Neste caso, poderão ocorrer variações nos preços recebidos pelos agricultores, que devem ficar mais em linha com os preços internacionais, o que pode afetar a decisão de plantio das diferentes culturas. Neste caso, a preocupação maior do mercado é em relação ao algodão, uma vez que a China possui hoje estoques elevadíssimos do produto. Uma modificação na sua política em relação a estes estoques pode afetar significativamente este mercado.

Na China, estuda-se uma mudança na política de apoio do governo ao setor agrícola. Neste caso, poderão ocorrer variações nos preços recebidos pelos agricultores, que devem ficar mais em linha com os preços internacionais, o que pode afetar a decisão de plantio das diferentes culturas. Neste caso, a preocupação maior do mercado é em relação ao algodão, uma vez que a China possui hoje estoques elevadíssimos do produto. Uma modificação na sua política em relação a estes estoques pode afetar significativamente este mercado.

Para o produtor nacional, além das questões referentes aos mercados agrícolas internacionais, existe uma grande incerteza em relação ao câmbio. Neste sentido, acreditamos que as perspectivas são favoráveis aos agricultores. Em 2014 os efeitos da já anunciada mudança na política econômica americana, levando a uma relativa valorização do dólar, e a contínua deterioração da situação econômica nacional, com queda na balança comercial, redução do superávit fiscal e baixos níveis de crescimento econômico, trazem uma grande pressão sobre a moeda brasileira, que deve seguir com tendência de desvalorização.

Apesar de o governo tentar manter controlado este nível de desvalorização para evitar maiores pressões inflacionárias, devemos ter uma tendência de câmbio mais fraco durante o ano. A possibilidade de rebaixamento da classificação da dívida brasileira pelas agências de risco em um ano com eleições e Copa do Mundo com certeza trará mais pressões sobre o mercado. Mesmo sendo uma condição negativa para o país, a agricultura, por sua condição exportadora, deverá ser um dos principais setores beneficiados pelos efeitos da desvalorização do real sobre os preços dos produtos agrícolas.

A boa produção esperada para o ano de 2014 e uma condição cambial mais favorável trazem boas perspectivas para o produtor agrícola nacional. O ano promete ser de grandes emoções, mas oferece oportunidades para quem estiver acompanhando os mercados e conseguir aproveitar a volatilidade de preços para vender sua produção em uma condição vantajosa.
Fonte: Foco Rural