Publicada: 25/10/2018
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
A Fecoagro realizou dia 26 de setembro, em Lajeado o Fórum de Tendências do Agro e Cooperativismo, dia 26/09. A especialista brasileira em tecnologia, Martha Gabriel disse que a principal diferença entre China e no Brasil na questão de tecnologia é que o Brasil precisa deixar de ser um mercado consumidor e ser um mercado pensante: “ Nosso país precisa de inovação sistêmica e de órgãos de fomento via governo para facilitar a inovação. Os polos grandes do país estão em Recife, São Paulo, Belho Horizonte, Rio Grande do Sul entre outros, mas isso não promove a diminuição de burocracia, aumento de confiança entre os pares e a educação que é essencial pra estar preparado para esse cenário, sendo fundamental ter tecnologias disponíveis para aplicar no seu negócio”, disse.
Para ela, as cooperativas promovem colaboração, algo primordial para o desenvolvimento de novas tecnologias: “Mesmo em ambientes complexos as pessoas dependem umas das outras e cooperando se tem resultados melhores. As cooperativas já tem isso no DNA, e outros negócios estão tendo que aprender aquilo que a cooperativa já faz de maneira natural.
Martha lembra que é preciso que todos entendam que transformação é diferente de mudança: “Várias pessoas mudam, mudança significa que você pode voltar a ser o que era antes, transformação não deixa você voltar a ser o que era antes, como uma criança que se transforma num adulto, não volta a ser criança, uma cadeira você muda de lugar, mas pode voltar pro lugar de origem. Transformação digital é uma mudança muito mais intrínseca, pois você passa a enxergar de outra forma o mundo, usar as tecnologias de maneira distinta.
Por fim, Martha Gabriel chama a atenção que até 2020 o conhecimento estará dobrando a cada dia, sendo preciso novas habilidades para entender e não ser engolido por este cenário: “Saiba utilizar as tecnologias que vão analisar os dados e assistir a gente pra conseguir tirar resultados. Quem faz trabalho braçal será substituído por computadores, inteligência artificial, por robôs. Quem interpreta e acompanha a evolução no mundo vai ter sucesso no novo cenário. Ocorrerá uma mudança de habilidades pra ter sucesso na era digital do agro. Independente de serem cooperativas com 60 anos, se fosse um monte de startup também precisaria de um momento desses pra fazer a integração, e a cada dia que passa, surgem novas possibilidades de experiências passadas de um para outro. Isso fomenta inovação, para que um aprenda com o outro, em vez de ter que testar tudo, pra que a gente não repita coisa que não estão funcionando. Se vocês estão fazendo outras coisas como alinhamento de dados, informações técnicas, fazem diferença pra pavimentar esse caminho da transformação digital.
Ouça aqui a entrevista.